sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Perdidos e Achados

(poeminha coletivo)

tem gente que não se acha
tem gente que se acha demais
e tem gente que se encontra
e ainda os que nunca se encontram
tem gente que se perde
e é melhor não achar mais
tem gente que encontra-se perdida
e tem quem diz que é melhor deixar pra lá
mas pra lá eu não me acho
eu quero é pra cá
pra cá eu posso me perder
na perdida paixão que sinto

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Black Bird e Blue Bird

E se, como Poe, eu perguntar ao pássaro preto:
O que se faz?
E se quem responder for o pássaro azul?
E se, ao contrário de Bukowski, eu chorar?

E tudo foi de Pessoa à Sade.
E sem você, não sou nem metade.

E se black bird quiser ficar na minha cabeça?
E se blue bird não quiser sair do meu peito?
E se eu não chorar e quiser ficar?
E se o passado for nunca mais?

E tudo foi de Pessoa à Sade.
E sem você, não sou nem metade.






terça-feira, 24 de julho de 2012

Voa...


Voa, porque o mundo é grande e é seu
Voa, porque mais que perto te quero livre
Voa, porque mais que junto eu te quero feliz
 
Vai e viva suas experiências
Vai e viva seus sonhos
Vai... e volta quando quizer
 
Estarei aqui ou em outro lugar qualquer
Sempre te esperando e torcendo por voce
Torcendo para que tudo valha a pena
 
Voa, se solta, sem medo
Vai, se joga, se larga
 
E quando voltar me conta tudo o que viu
Me ensina, você que já me ensinou tanto,
Tudo que aprendeu...

Doi menos a dor da queda do que o arrependimento de não ter voado.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A velhinha do elevador

Entrou no elevador
levemente curvada
Com uma bengala na mão
e uma expressão de dor
a cada passo...
Olhou para o ascensorista,
pegou no seu braço, largou
Olhou para mim, pegou no meu braço e falou:
- Não fica bravo!
- Claro que não. Respondi.
Então ela deitou cabeça
em meu ombro.
Ela tem medo?
Ela tem carência?
Será ela sozinha?
Ou tudo isso?
Não importa.
Subi de braço dado com a velhinha.
Ela saiu e eu nunca mais a vi...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Experiência alheia

Só se aprende a acertar errando
Ninguém vive a experiência alheia
O erro do outro sempre é mais brando
É preciso sentir na própria veia
O que não pode é errar e não ver
Não aprender com a cagada já  feita
Quem não tem esse saber
Toma no cu e aceita.

Soneto do Carnaval

Com suor na camisa
Sambava no asfalto
Chorava alegria
Cantava mais alto

Sua escola era linda
Mais linda não havia
Brilhava a avenida
Com ele e maria

E a Maria faceira
A porta bandeira
Bailava com arte

Sem medo da sorte
A porta estandarte
Sem medo da morte

(Eu, soneto pentassílabo feito em um carnaval há muito tempo atrás)

terça-feira, 8 de maio de 2012

"Falar em braille"

Precisamos aprender a "falar em braille"
Assim nenhum surdo vai nos ouvir...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sucinto

Se penso demais eu surto
Porque sou só o que sinto
Por isso o poema é curto
E o texto tão sucinto...

Pulo do escuro

Pulo no escuro sem saber onde está o chão.
Não importa.
Toda queda é também um voo.
E todo voo é uma experiência
da qual não podemos prescindir.

db


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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sou só o que sinto


Correndo, parando e seguindo
Carregando o que é meu legado
Fugindo, voltando, existindo
No tempo que era antes aliado

Se o rio nem sempre vai pro mar
E o vento nem tem direção certa
Por que haveria eu de sonhar
Em saber qual porta vai ser aberta?

Eu sou só o que sinto
E vou me deixando levar
Seguindo meu incerto instinto
Morrendo de medo de errar

terça-feira, 10 de abril de 2012

Crente ateu

Não me sinto eu
Me olho de fora
E vejo talvez um ateu
De quem a crença foi embora
Ou talvez um crente
Que com a crença se apavora

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Amizade


Amizade pressupõe certeza
Certeza é convicção da alma
Amizade não depende de razão
Amigo é para o susto e para a calma
Amigo é aquele em quem você confia
Confia sua falha, seu erro, seu pecado
Chora junto sem que ninguém saiba
Ele ouve, guarda e fica calado
Amigo é incondicional
E está ao seu lado sempre
Seja o lado do bem ou do mal
E antes que alguém me cobre
Amizade é lado a lado na luta
E me desculpa a rima pobre
Mas companheiro é companheiro
E filho da puta é filho da puta!

---
db

terça-feira, 3 de abril de 2012

Os quatro grandes inimigos


Ensinou o bruxo Don Juan  que para se tornar um homem de sabedoria é precisa vencer os quatro grandes inimigos.

O primeiro grande inimigo é o MEDO. E para vencer o medo é preciso controlá-lo e não acabar com ele. O homem que não tem medo é um tolo ou um louco. Quem controla verdadeiramente o medo venceu seu primeiro grande inimigo.

O segundo grande inimigo é a CLAREZA. Quem contrala o medo, precisa ter clareza para seguir seus caminhos e atingir seus objetivos. De nada adianta controlar o medo se não se tem clareza para decidir seu futuro. O homem que controla o medo mas não tem clareza, não evolue.

Quem controla seu medo e tem clareza, já tem o PODER, e o poder é o terceiro grande inimigo. O poder precisa ser exercido com cuidado. O homem que não controla seu poder torna-se um tirano.

Controlando o medo, tendo clareza e usando seu poder com sabedoria o homem encontra seu quanto e invencível inimigo: a VELHICE.

Há um momento na vida do homem em que ele está tão cansado que desiste. Desiste de seu trabalho, desiste de suas convicções, desiste de seus sonhos. E neste momento ele estará derrotado.

Mas pense. O homem nunca vencerá o quarto grando inimigo,mas se nunca desistir, enquanto lutar ele nunca será derrotado...

Só tem que chorar a morte quem morreu sem ter vivido


Só tem que chorar a morte quem morreu sem ter vivido

Quando me refiro à morte, sempre digo que gostaria de morrer nadando em alto mar. Logo quem está ouvindo vem e diz: Credo! Com ar incrédulo... Por acaso li e ouvi novamente a poesia que encerra Quincas Berro D´Agua e traduz bem esse sentimento que as vezes parece não ter sentido.

“Sete Palmos de Terra, não vão me encarcerar! Vagueio ao sabor das ondas, num leito de espuma do mar. Nem no céu, nem no inferno, é no mar que eu vou morar! Esperando Emanuela, no colo de Imanja. Tristeza não paga divida, é ditado bem conhecido: só tem que chorar a morte quem morreu sem ter vivido. Podem guardar seu caixão para melhor ocasião, não vou me deixar prender amarrado no chão. Me enterre como entender, na hora que resolver, não quero choro nem prece, não quero vela nem andor, pode enfiar tudo isso: no cu do comendador!"

Agora dá para entender?


O cara do espelho.



Eu olho no espelho 
e tem um cara olhando pra mim
Quem é esse velho que fica me olhando
sem saber quem eu sou?
Será que esse velho me conhece?
Será que ele sabe o que eu to sentindo agora?

Quem ele pensa que é pra assumir assim,
sem minha permissão, a minha imagem?
Preciso conversar com esse cara.
Preciso me fazer amigo dele.
Será que ele aceita fazer comigo
todas as loucuras que ainda quero
e realizar todos os desejos que ainda tenho?

Quem é esse cara do espelho?
Preciso me aproximar dele.

Preciso saber o quanto ele está disposto a ser eu mesmo...