quarta-feira, 12 de abril de 2017

O absurdo da nossa existência... ou falae Camus.

Nascer por puro acaso.
Crescer desviando do imprevisível
mas depender dele.
Não perguntar "por que".
Carregar uma vida de sentido obtuso
porque é necessário um mínimo de ininteligência
para se conseguir uma existência feliz.
(Daí a razão de não perguntar "por que")
Realizar que entre a vida e a morte se encerra
o espaço que nos cabe
Morrer por puro acaso.


db (março de 2017)

segunda-feira, 10 de abril de 2017

FOME


É preciso fazer poesia
como quem está com fome
Escrever quando a fome doer
Tem que comer até se saciar
Carboidratos de emoção
São necessários
Proteínas de amor
Importantes
Vitaminas de tristeza, alegria
Desilusão, medo ou esperança
Desejáveis
Adicione temperos
De qualquer emoção
Que te faça sentir
Tem que amargar a boca
Ou adoçar a alma
Tem que doer o estomago
E sentir o regurgito chegar na garganta
Se não for assim
A saciedade não é completa
Mas a sede...
A sede deve
Ser saciada com o vinho
Saciada até o desvario
Por que esse, o desvario,
É indispensável
Para se fazer poesia

db abril de 2017